Godzilla comedor de pipoca

Ele tá grande, tão grande que nem acredito. Maníaco pelos têtos, que não larga de jeito nenhum. É gandaieiro, quando vê as pessoas rindo ou se faz alguma besteira ou sacanagem de propósito, solta um risinho debochado e bem alto - hahaha. Adora dançar, batucou um tiquinho e lá tá ele, pulando. Cortou o cabelo três vezes, mas já tá cheio de cachinhos outra vez e uma senhora passou dia desses e chamou o bacuri de cabelinho de São João. Ele é doce, adora colo e a gente abre os braços pra ele se jogar: venha cá, meu amor! Teimoso que só ele, ou o pai, ou a mãe. Quando trela, e a gente diz não, se faz de surdo, mas ouve e enxerga como o homem de cem milhões de dólares, especialmente quando o ruído é a mamãe chegando em casa do trabalho, de madrugada. Sente o cheiro no ar, e berra. Como é brabo esse menino! Mete cabeçada em quem tá perto, ou até mesmo na parede, se for contrariado. Projetinho de pitibaby que ama comer açaí e bate em todas as crianças de até um metro de altura que ousarem invadir seu território (mata a mãe de vergonha, mas faz isso mesmo, e eu tomo um cuidado danado pra esse ciúme não ferir amiguinhos e pequenos clientes). Anda desde os nove meses e usa o tamanho extra G (peso adequado, mas altura de quase dois anos) pra dizimar os coleguinhas do parquinho - passa por cima que nem um trator ou monstro de filme japonês. Não tá nem aí! Ganhou um carro de presente de tia Bel e tio Zeca, e segura firme no volante, mesmo quando o cansaço vence e ele dorme. Joga pipoca no chão e sai comendo feito galinha, acho que as milhares de vezes que assistiu Cocoricó estão afetando o cérebro dele. Só come do prato da mãe ou do pai, ele que não é bobo de comer comida ruim, ora essa. Tem um riso luminoso e a capacidade de nos deixar abobalhados, mas isso a gente já era um pouco antes dele nascer...